quinta-feira, 14 de junho de 2012

Para o Jhony e para a Bel. E para quem mais for irmão

            Um belo dia, quando eu tinha 8 anos, meu pai me deu a notícia de que eu ganharia um irmão. Nunca imaginei o quanto isso seria importante pra mim, já que na época eu não morava mais com meu pai. Minha mãe não se casou novamente depois da separação e eu achava perdido o sonho de ter um irmãozinho...
            Quando eu tinha 9 anos, 3 meses e 1 dia eu escolhi o vestido e a sandália que eu mais gostava. Um vestido azul de camurça com alcinhas e franjas laranja, e uma sandália delicada preta com bordados. Lavei o cabelo, me vesti e esperei com muita muita ansiedade meu pai me buscar. Conheci, enfim, o João. Meu irmão era o bebê mais lindo que eu achava que veria. Bochechudo e branquinho, não tinha cara de joelho.
            Poucos meses depois, meu pai me contou que eu ganharia mais um irmãozinho, que depois descobrimos que seria irmãzinha. Foi uma mistura de susto e sonho. Susto porque não esperávamos mais uma criaturinha especial entre a gente. A Isabel nasceu com complicações e eu não pude conhecê-la recém-nascida. Lembro de quando a vi pela primeira vez, tão pequenininha, delicada e frágil, era menor que minha boneca.
            Eu decidi escrever este texto exclusivamente para dizer a vocês: amem a seus irmãos. Irmão biológico, irmão de criação, irmão de consideração, primo-irmão, meio-irmão... Irmão e irmã. Depois de morar pouco menos de um mês com eles, eu tive que voltar para a casa da minha mãe. E sinto uma saudade absurda de vê-los. Não é saudade de algo específico. Sinto falta de coisas simples... de comer o lanche da tarde juntos, de empurrar meu irmão no sofá para eu caber e assistirmos a um jogo de futebol juntos, de dividir o quarto com minha irmã. Sinto saudades da risada mais gostosa da Bel e de fazer cócegas no João.
Imagem daqui
      A gente cresce e simplesmente ignora as coisas que estão ao nosso redor. Vivemos para trabalhar, para estudar, para compromissos inadiáveis e para a correria sem fim. Meus irmãos ainda têm 10 e 11 anos, não sabem bem do que eu estou falando. Mas vocês sabem. É bastante doloroso perceber que não é o meu trabalho de Psicanálise para a segunda feira o que me aflige, mas as menores coisas do meu dia a dia que me fazem falta. E mesmo sabendo disso, nesse final de semana próximo eu não irei visitar os ‘meus pequenos’. Vou trabalhar e estudar, e me enganar achando que essas são coisas inadiáveis.
            João e Bel, é com o teclado molhado de lágrimas de saudade e vontade de apertá-los que eu lembro a vocês dois: eu amo imensamente vocês! 

3 comentários:

Unknown disse...

dona T,
eu nem imagino como isso deve ser.. eu vivo com os meus irmãos e tenho certeza que sem eles eu ia sentir muita falta de sentir raiva deles toda hora por qualquer bobagem

14 de junho de 2012 às 20:51
Nina disse...

E como eu amo a minha irmã!!
É um amor lindo e tão grande que eu não sei explicar!!
Dá vontade de cuidar, de colocar no colo, ao mesmo tempo em que eu sou colocada no colo e ela cuida de mim!
Uma cumplicidade e um companheirismo incrível!
Minha irmã é minha melhor amiga,minha coisa tão mais linda!
E a música que eu sempre dedico a ela, agora mostro pra vocês...

http://www.youtube.com/watch?v=XeDvnSVKA28

14 de junho de 2012 às 20:56
Guto Barros disse...

Lindo, lindo, lindo! Quanta sensibilidade e carinho em um texto tão bem escrito! Me emocionou às lágrimas! Eu te amooo e sinto sua falta também! beijos

18 de junho de 2012 às 11:39

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